quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Afinal,o que é essa tal felicidade????

Tentar entender porque determinadas pessoas olham mais os aspectos positivos da vida (enquanto outras olham mais os negativos) e porque determinadas pessoas se dizem mais felizes que outras sempre foi uma questão que interessou psicólogos, filósofos, sociólogos, donas de casa, donos de casa... enfim, a todo mundo!

Uma equipe da Universidade de Harvard (Estados Unidos) tentou responder estas questões com uma pesquisa sem precedentes: a vida de mais de 800 homens e mulheres nascidos no início do século XX  foi
acompanhada por 80 anos para tentar entender qual o papel da hereditariedade, dos acontecimentos vividos durante a infância e do ambiente.


Durante este longo período os pesquisadores procuraram conhecer a história familiar, os estudos, serviço militar, a vida profissional, casamentos, nascimentos, os momentos de glória numa carreira, mas também os divórcios, as depressões e os problemas de saúde.

Após reunirem os dados, os mais de 50 pesquisadores que participaram da pesquisa ao longo destes 80 anos, constataram que os primeiros resultados pareciam indicar claramente que o sucesso e a boa saúde estavam programados desde o nascimento das pessoas... As pessoas que nasceram em uma família de maior poder aquisitivo viveram, em média, 10 anos mais do que as pessoas nascidas em ambientes menos favorecidos. E a sua renda média era três vezes maior! Os jovens que vieram de classes sociais menos favorecidas tinham três vezes mais chances de terem problemas de obesidade e duas vezes mais
probabilidade de terem problemas de alcoolismo e tabagismo.

No entanto, quando os pesquisadores começaram a analisar cada trajetória individualmente, identificaram numerosas exceções que permitiram conclusões bem mais ricas e interessantes. E a principal delas é que o desenvolvimento de uma pessoa não pode ser medido adequadamente pelas "médias". 
Pessoas que tinham tudo para serem deprimidas e com problemas de saúde, demonstravam serenidade e alegria de viver. Por quê???


A conclusão do estudo pode abrir novas pistas para compreender quem somos. A maioria das pessoas considera a vida como uma curva única, primeiro ascendente, e depois de uma certa idade, descendente. Após a infância e a adolescência vem a maturidade e logo após o declínio inexorável. O estudo de Harvard aponta em outra direção. Ele sugere uma outra metáfora: a da pedra atirada num lado. A pedra faz surgir ondas concêntricas. Não mais uma curva que sobre e desce, mas diferentes ondas. Um movimento constante e não mais ascensão e declínio.


A ideia é que temos vários desafios a cumprir ao longo da vida. Uma das primeiras missões que temos é deixar nossa casa, nossos pais (física e emocionalmente) para construir nossa própria personalidade. Uma outra é construir uma vida profissional que corresponda às nossas capacidades e traga, se possível,
reconhecimento e satisfação. Outra missão é sermos capazes de construir relações mais íntimas e prazerosas com outras pessoas.


A superação ou enfrentamento de cada um destes desafios nos torna mais (ou menos) capazes de lidar com os outros.

A nossa percepção de como estamos nos saindo diante destes desafios é que vai trazer a cada um a sensação de felicidade.


E aí os resultados são impressionantes. As pessoas com mais saúde (menos problemas com álcool, cigarro, obesidade, etc) e mais longevas são, efetivamente, as que levam a vida pelo seu lado mais positivo! Independente de classe social e renda. O estudo ajuda a desmistificar a ideia de que o homem que perde o trabalho, a mulher, etc, começa a beber e a vida descarrilha. O estudo demonstra exatamente o contrário! Primeiro vem o álcool (por uma série de fatores), e depois estes problemas mais visíveis e evidentes.


O estudo foi publicado pela revista francesa GEOSAVOIR (novembro-dezembro 2011). No final da reportagem, o repórter faz as duas últimas perguntas ao coordenador (atual) do estudo, Prof. George Vaillant:

GEOSAVOIR; Como o senhor resumiria os principais resultados do estudo?
Prof Vaillant: "Os seres humanos são capazes do pior, mas sobretudo, do melhor. E, frequentemente, este melhor chega no fim. Para uns, o amor aos outros se impõe como uma evidência; para outros, ao contrário, ele se torna incompreensível".
GEOSAVOIR: Por que?
Prof. Vaillant: "Meu caro, depois de mais de 40 anos de pesquisa esta continua sendo a minha grande questão..."

Fonte: http://oglobo.globo.com

Confira no vídeo abaixo o fantástico video em que Paul Bloom nos fala de forma simples e clara sobre suas pesquisas das origens do sentimento de prazer e talvez alguma luz se faça nesta questão intrigante que é: Afinal, o que é essa tal felicidade?!

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