quarta-feira, 16 de julho de 2014

POR QUE A PSICOLOGIA E A PSIQUIATRIA NÃO LIDAM COM A REENCARNAÇÃO? por Mauro Kwitko


Há muito tempo os psicoterapeutas e as pessoas que acreditam na Reencarnação vem questionando o enfoque tradicional da Psicologia tradicional, sua limitação a essa vida apenas, sua visão de um “início” e um “fim”, como se não existíssemos antes, e anseiam por uma nova maneira de ver e tratar os nossos problemas e conflitos emocionais e mentais, a partir dos princípios reencarnacionistas. Agora já existe essa nova visão psicoterapêutica, não é uma nova linha da Psicologia, é uma nova Escola de Psicologia.
Essa nova Psicologia, que estamos desenvolvendo, e que lida com a Reencarnação, está alinhada às concepções reencarnatórias e chama-se Psicoterapia Reencarnacionista. Ela não vem para combater a Psicologia tradicional ou para destruí-la e, sim, para abrir suas fronteiras, do nascimento para trás, rumo ao nosso passado transpessoal, e do desencarne para a frente, rumo às nossas encarnações futuras. É a expansão da Psicologia tradicional, dessa vida apenas, herdeira do Consciente Coletivo não reencarnacionista, originado nas concepções religiosas dominantes no Ocidente.
O por quê da Psicologia oficial não lidar com a Reencarnação deve-se à ação do Imperador Justiniano no ano 553 d.C. de conclamar o Concílio de Constantinopla, convidando apenas os bispos não-reencarnacionistas, e decretando que Reencarnação não existe, influenciado por sua esposa Teodora, ex-cortesã, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio, que para libertar-se de seu passado mandou matar antigas colegas e para não sofrer as consequências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconiza a lei do Karma, empenhou-se em suprimir a magnífica Doutrina da Reencarnação. Esse Concílio não passou de um encontro que excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, com protestos do Papa Virgílio, seqüestrado e mantido prisioneiro de Justiniano por 8 anos por ter-se recusado a participar desse Concílio! Dos 165 bispos presentes, 159 eram não-reencarnacionistas, e tal fato garantiu a Justiniano os votos de que precisava para decretar que Reencarnação não existe. E assim a Igreja Católica tornou-se uma igreja não-reencarnacionista e, mais tarde, as suas dissidências levaram consigo esse dogma lá estabelecido. Com o predomínio, no Ocidente, dessas igrejas não-reencarnacionistas, criou-se no Consciente Coletivo ocidental a ideia de que Reencarnação não existe, dentro do que formou-se a Psicologia e a Psiquiatria, que também não lidam com a Reencarnação.
Isso representou um dos maiores atrasos da história da humanidade, que até hoje reflete-se, pois temos uma Psicologia e uma Psiquiatria que limitam-se apenas à vida atual, ignorando todo um material de estudo e análise, do nosso passado, escondido em nosso Inconsciente. E é aí que estamos indo, seguindo a orientação do Dr. Freud. Entrando no Inconsciente das pessoas encontra-se a Reencarnação. Isso é religião? Não, isso é pesquisa científica, isso é a emergência de uma nova Psicologia e uma nova Psiquiatria.
A Psicoterapia Reencarnacionista não deve ser confundida com a Regressão Terapêutica, que é uma técnica utilizada para desconectar as pessoas de situações traumáticas do seu passado que ainda estão acontecendo em seu Inconsciente, originando sintomas, principalmente os casos de fobias, transtorno do pânico e as depressões severas, que podem ser, desse modo, melhorados muito ou até curadas rapidamente. Não devemos confundir a Psicoterapia Reencarnacionista com a Regressão Terapêutica: aquela é uma Escola de Psicologia, essa é uma técnica. A Regressão para a Psicoterapia Reencarnacionista visa, além disso, ajudar as pessoas a perceberem se vêm aproveitando ou não as suas encarnações nos últimos séculos e saber para o que vêm reencarnando e para o que reencarnaram dessa vez.
Pouquíssimas pessoas têm uma ideia clara, ou mais ou menos clara, sobre o objetivo da vida e rarís­simas têm a noção do que estão fazendo aqui. A maioria vive como se vivesse em um labirinto, perdida numa névoa escura, rodeando o tempo todo, sem saber se vai por esse ou aquele lado, simplesmente porque não sabe quem realmente é, o que está fazendo aqui e para onde deve ir. Viver desse modo é como se você fosse a um supermercado sem saber o que quer com­prar e, então, após algum tempo de perambulação pelos corredores, compra­ria qualquer coisa e ir-se-ia. Viver sem saber quem é e o que é isso que se chama "vida" é a mesma coisa: você perambula pelos corredores, sem com­prar nada de que realmente precise e, no final, vai-se. Ou compra coisas que não precisa.
Temos hoje em dia uma Medicina que não consegue realmente curar, apenas paliar, pois acredita que as doenças iniciam no nosso corpo físico e devem ser curadas nele, quando na verdade elas iniciam em nossos pensamentos e sentimentos, e esses é que devem ser tratados e curados. Temos uma Psicologia que lida com um “início” na infância e um equívoco que é a formação da personalidade, quando na verdade nós somos um Ser (Espírito) retornando para a Terra, trazendo a nossa personalidade das encarnações passadas (Personalidade Congênita). Temos uma Psiquiatria que acredita que a doença está no cérebro e deve ser tratada com medicamentos químicos, quando a doença mental é imaterial e causada ou fortemente influenciada por ressonâncias de nossas encarnações passadas e em influenciações negativas de seres desencarnados (obsessores).
Uma das constatações nas sessões de regressão é que, independentemente desses fatores relativos à sua “casca”, as pessoas regredidas referiam uma maneira de ser, de pensar, de sentir, muitíssimo parecida encarnação após encarnação, e como ainda hoje! Ou seja, uma pessoa autoritária, agressiva, era assim nas suas encarnações passadas, alguém tímido, medroso, se vê assim lá atrás, uma pessoa magoada, com sentimentos de rejeição e abandono enxerga-se dessa maneira em suas encarnações passadas, alguém deprimido já era deprimido há séculos, e isso não aparece em uma ou outra pessoa, isso demonstra-se sempre, em todas as sessões de regressão. Nós, psicoterapeutas reencarnacionistas, escutamos, durante as regressões, histórias de pessoas que estão há centenas de anos reencarnando para melhorar essas características negativas, com um resultado muito pequeno, repetindo sempre o mesmo padrão, e que, hoje em dia, são ainda extremamente parecidos como eram! Nós reencarnamos para melhorar as nossas tendências inferiores mas se avaliarmos o quanto temos conseguido melhorar isso em nós nessa atual encarnação, podemos fazer uma projeção semelhante para nossas últimas encarnações.
Mas isso não é de ficar-se admirado, pois se somos um Ser imortal que muda apenas de “casca” de uma encarnação para outra, o óbvio não é, então, que mantenham-se as nossas características de personalidade de uma vida terrena para outra? A essa personalidade que é nossa, que vem nos acompanhando encarnação após encarnação, chamamos de Personalidade Congênita, e aí começa a estruturar-se a Escola de Psicoterapia Reencarnacionista. Esse termo encontra-se em “Obreiros da Vida Eterna”, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, em uma palestra do Dr. Barcelos, psiquiatra desencarnado, no Nosso Lar, páginas 32-34, quando ele diz:
 ”Precisamos divulgar no mundo o conceito moralizador da Personalidade Congênita, em processo de melhoria gradativa, espalhando enunciados novos que atravessem a zona de raciocínios falíveis do homem e lhe penetrem o coração, restaurando-lhe a esperança no eterno futuro e revigorando-lhe o ser em suas bases essenciais. As noções reencarnacionistas renovarão a paisagem da vida na crosta da Terra, conferindo à criatura não somente as armas com que deve guerrear os estados inferiores de si própria mas também lhe fornecendo o remédio eficiente e salutar... Falta aos nossos companheiros de Humanidade o conhecimento da transitoriedade do corpo físico e o da eternidade da vida, do débito contraído e do resgate necessário, em experiências e recapitulações diversas... Faltam às teorias de Sigmund Freud e seus continuadores a noção dos princípios reencarnacionistas e o conhecimento da verdadeira localização dos distúrbios nervosos, cujo início muito raramente se verifica no campo biológico vulgar mas quase que invariavelmente no corpo perispiritual preexistente, portador de sérias perturbações congênitas, em virtudes das deficiências de natureza moral, cultivadas com desvairado apego, pelo reencarnante, nas existências transcorridas”.

Essa frase inicial – “Precisamos divulgar no mundo o conceito moralizador da Personalidade Congênita.” – é a finalidade da existência da Psicoterapia Reencarnacionista, a sua meta e objetivo.
A evolução espiritual do ser humano é lenta porque, a cada encarnação, temos a sensação ilusória de que estamos vivendo uma “vida” e que tudo que temos de inferior em nossa personalidade e sentimentos foi criado na infância pelos “vilões”. Aliás, devíamos mudar o termo vida para passagem, nascimento para chegada e morte para subida, que são mais reais. E, então, uma das finalidades da Escola de Psicoterapia Reencarnacionista é auxiliar as pessoas a recordarem-se de que somos Espíritos eternos, passando mais uma vez por aqui, que essa vida é apenas mais uma passagem, que descemos do Plano Astral e, um dia, vamos subir para lá de novo. E depois continuaremos a descer e a subir, descer e subir, descer e subir, até ficarmos puros, para o padrão terreno. E então continuaremos nossa trajetória no Plano Astral, depois no Plano Mental, e assim gradativamente, até, um dia, voltarmos para o Todo.
O trabalho principal do psicoterapeuta reencarnacionista é auxiliar a pessoa em tratamento a recordar-se da busca da evolução espiritual, da purificação. Deve ajudá-la a aproveitar essa atual passagem, a fazer uma releitura de sua infância a partir dos princípios reencarnacionistas, a entender porque nos reencontramos com seres com os quais trazemos conflitos de encarnações passadas, por que necessitamos passar por situações aparentemente negativas, desagradáveis, a Lei do Retorno, etc. Essas descobertas e constatações é o que pretendemos transmitir, e esperamos que nossas reflexões sobre o conflito entre o nosso Eu Real (a Essência) e as ilusões do nosso eu temporário (a persona atual), ajudem as pessoas a encontrarem-se consigo mesmas e assumirem com mais confiança e determinação o objetivo final de todos nós: a evolução espiritual. Nada disso é novidade para os espiritualistas e para todos que acreditam na Reencarnação, mas agora essas questões estão sendo colocadas como uma psicoterapia.
A Psi­coterapia Reencarnacionista, uma psicologia baseada na Reencarnação, veio para ajudar a nos libertarmos das ilusões e das fantasias terrenas e a nos apegarmos firmemente aos aspectos absolutos e eternos do nosso Caminho. Ao seu tempo, essa visão reencarnacionista ajudará a Psicologia oficial a libertar-se das suas amarras e os psicólogos e os psiquiatras que acreditam na Reencarnação não precisam mais ater-se a uma visão que analisa a vida de seus pacientes apenas a partir da infância, pois essa nova Escola aí está, ao acesso de quem se interessar, os Cursos estão abertos, já existem livros, agora é uma questão de tempo. Em breve haverá duas Psicologias: uma que lida com essa vida apenas, para os profissionais que não acreditam na Reencarnação, a ser utilizada nas pessoas que também não lidam com isso, e uma que lida com a vida eterna, que é a Psicoterapia Reencarnacionista, baseada na Reencarnação, para quem acredita nela. É uma questão de coerência.

 


segunda-feira, 24 de março de 2014

De Mulher para Mulher ~ Presente do Feminino

Enfim Março chegou e estamos em plena comemoração do Mês da Mulher, do Feminino em todos nos.
Durante todo este mês disponibilizarei no dropbox o download do meu Livro ESPIRITUALIDADE FEMININA.
Aqui vai uma "palhinha" do livro para abrir o apetite!


Clique no link abaixo e celebre comigo a graça e beleza de explorar o Sagrado feminino!
https://dl.dropboxusercontent.com/u/36558888/Espiritualidade%20Feminina_edi%C3%A7%C3%A3o%20final.pdf


O Grande Ano Sideral

O tempo todo, novas descobertas na astronomia e na arqueologia estão acrescentando mais e mais ao nosso entendimento, mostrando a verdadeira profundidade do nosso próprio destino histórico.

Numerosas evidências comprovam que muitas civilizações antigas (de 6, 8, 10 mil anos atrás), foram extraordinariamente mais avançadas. Por que desapareceram? Por que, após seus declínios a humanidade entrou no que é conhecido como "idade das trevas" (ou ignorância?).

Com a participação de cientistas, PHDs e um monástico da Self-Realization, o documentário esclarece alguns mistérios e traça paralelos entre as conjunções cósmicas e as eras douradas já ocorridas em civilizações anteriores, assim como os ciclos ascendentes e descendentes da humanidade. Fala do sistema binário (dois sóis) da Terra, sobre a duração de 24 mil anos do Grande Ano ou Ano Sideral de Platão, entre outros.

Segundo estudiosos como Swami Sri Yukteswar, (ver livro A Ciência Sagrada), o planeta já deixou para trás a era mais escura e ascende ao "segundo aro" da roda, para a Dwapara Yuga - era tecnológica.


Um documentário sobre as Yugas, Eras e Ciclos siderais civilizatórios. Uma luz sobre os mistérios humanos e ao mesmo tempo, um convite à humildade...



quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Psicologia de Ponta: A Ciência da Motivação

No Séc XX tornou-se praxe acreditar que a maior motivação se dava através do binômio recompensa x punição. Você acha isto uma verdade inquestionável?
Analista  Dan Pink examina  o quebra-cabeça  da motivação começando pelo fato do que os cientistas sociais sabem mas a maioria dos gerentes não:  recompensas tradicionais não são tão eficientes quanto pensamos
Escute histórias iluminadoras -- e talvez, um caminho a trilhar, clicando no link desta palestra esclarecedora e divertida de Dan Pink

http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/dan_pink_on_motivation.html

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O segredo para trabalhar melhor e feliz!

Acreditamos que devemos trabalhar para sermos felizes, mas poderia ser ao contrário? 
"Se elevarmos o seu nivel de positividade, a performance do seu cérebro melhora significativamente; sua inteligaencia aumenta, sua criatividade aumenta, seus niveis de energia aumentam."
Nesta palestra de fala rápida e divertida do TEDxBloomington (clique no link abaixo), o psicólogo Shawn Achor argumenta que, na verdade, a felicidade inspira a produtividade.

http://www.ted.com/talks/shawn_achor_the_happy_secret_to_better_work.html?utm_content=awesm-publisher&utm_medium=on.ted.com-static&utm_source=facebook.com&utm_campaign=&awesm=on.ted.com_WorkHappier




terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O CAMPO MAGNÉTICO E O CARMA

É fundamental entendermos que todos nós possuímos um campo magnético à nossa volta e, através dele, interagimos com os outros. Nossas simpatias, aversões, desconfianças e impulsos, geralmente nos vêm de atrações ou repulsões magnéticas. Antes mesmo de interagirmos com alguém ou vivenciarmos uma situação, temos” insight” a respeito do que está por vir. Nosso campo está sempre adiantado em relação às nossas percepções sensoriais.


Ao experimentarmos a vida aqui no Planeta, assumimos a “dualidade” que é característica desse nosso plano e que nos faz lidar com fatos “positivos” e “negativos” ao longo de nossas diversas encarnações. Quando nos deparamos com situações extremamente adversas, sofremos um trauma que causa, perda energética e nos deixa presos aquele episódio, naquele ponto do espaço e do tempo. Os sentimentos que nos mantêm aprisionados são sempre de baixa vibração, geralmente de culpa, vergonha ou raiva e a quantidade de energia despendida permanece naquele momento, enquanto o “resto de nós” segue em frente, com uma “fenda” no corpo energético A sintonia com o amor foi quebrada e adquirimos um carma. 



Algumas pessoas se utilizam de uma habilidade que todos têm, mas poucos usam, que é a de olhar para os acontecimentos com um olhar amoroso ou se preferirmos, com um olhar positivo. A partir dessa observação, eliminam todos os sentimentos de baixa vibração, “perdoando” e seguindo em frente, fechando automaticamente aquele espaço vazio e recuperando sua integridade energética. Esses, não adquiriram carma , pois resolveram o problema e encerraram a experiência positivamente. Quem não consegue ter o olhar de isenção, se fecha para o fluxo do amor regenerador e seu campo magnético passa a atuar como um ímã que atrairá situação semelhante à que originou o trauma, na mesma vida ou em outras. Somente através do entendimento, da transformação do ponto de vista e do perdão, a energia perdida lá atrás, pode voltar ao seu lugar de origem.

É compreensível então, que no ponto atual da evolução humana, vejamos tantas pessoas perdidas e sofrendo, pois através das várias experiências ao longo do tempo, deixaram para trás tantos “pedaços” que já nem mesmo lembram de quem são. Se pudéssemos visualizar seus corpos energéticos, veríamos uma malha com muitos furos, cada um deles causando dor e saudade de si mesmos e atraindo, através de seu campo magnético, o mesmo tipo de acontecimento que os originou.


A sensação de solidão que assola quase toda a humanidade vem da perda da “unidade” e a procura em pessoas ou coisas externas, do que ,na verdade, falta em nós mesmos, causa mais problemas do que soluções. Seres incompletos, raramente são capazes de dar ou receber amor verdadeiro e causam danos onde passam. Para mudar esse quadro é necessário encarar toda e qualquer experiência como um aprendizado que SEMPRE traz conseqüências positivas .É preciso observar o mundo com um olhar amoroso , aceitando-o como ele é, sem julgamentos, culpas, vergonha ou mágoas. Quando estamos sintonizados com a “unidade”, não há mais carmas. Nosso campo magnético passa então, a atrair situações de plenitude e abundância em todos os níveis, pois a energia do Amor é a nossa verdadeira essência e qualquer outra de menor vibração, faz parte da Ilusão, na qual mergulhamos de livre e espontânea vontade!

Marcia Caminada - Física

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Experiência da Professora Jane Elliott

Poucos aqui no Brasil sabem o que aconteceu numa pequena escola na cidade de Riceville no interior do estado de Iowa nos EUA no dia 5 de abril de 1968. Talvez muitos saibam o que aconteceu no dia anterior, que foi a ignição para o evento que desejo narrar aqui: o assassinato de Martin Luther King, Jr. Muita gente na época comemorou, outras não se importaram e muita gente se lamentou, mas pouquíssimas reagiram como Jane Elliott. Inconformada com o preconceito e o racismo em nossa sociedade, ela resolveu tomar uma atitude e ensinar os alunos de sua escola o que significa de fato esse comportamento tão abominável.
Munida apenas de suas habilidades como professora de 34 anos, de sua determinação em levar as situações até o limite e de sua conhecida máxima: “Oh, Grande Espírito, não me deixe jamais julgar um homem antes de andar em seus sapatos.”, ela elaborou uma dinâmica para realizar com seus alunos do ensino elementar na manhã seguinte.
Quando os alunos chegaram, ela perguntou aos alunos o que eles achavam dos negros. A turma (que não tinha nenhum aluno negro) respondeu que negros eram burros, não tomavam banho e que tinham dificuldades de se manter nos empregos. (Alunos do ensino elementar! Meramente repetiam o que a família dizia.) Então ela perguntou a eles como seria se fossem negros por um dia. Ao ver que ninguém respondeu, ela comentou “Seria difícil saber, não seria, a menos que nós mesmos realmente experimentássemos a discriminação.” e então pegou um conjunto de braçadeiras e separou a turma em dois grupos: os de olhos azuis e os de olhos castanhos, dando as braçadeiras aos do primeiro grupo.
Assim que as dezessete crianças de olhos azuis colocaram seus braceletes, enquanto que as demais oito de olhos castanhos e as três de olhos verdes ficaram somente olhando, Jane declarou enfaticamente: “As pessoas de olhos castanhos são as melhores pessoas nesta sala. Elas são mais limpas e mais espertas.” E com essas palavras ela desencadeou um processo que nem ela mesma previa o final.
Para deixar as crianças mais impressionadas, ela resolveu escrever a palavra MELANINA no quadro negro e explicar que o pigmento que altera a cor dos olhos estava intimamente ligado à inteligência da pessoa. Ela sabia que agindo dessa forma, impressionaria os estudantes até o ponto de fazê-los acreditar que aquilo era verdade. Para impressioná-los ainda mais, Jane, que tinha olhos azuis, começou a derrubar o material de trabalho para fingir que era desastrada. Os alunos logo lembraram que isso se devia ao fato dela ter olhos azuis e pensaram que se ela tivesse olhos castanhos já seria diretora ou superintendente, ao invés de ser mera professora.
E então, para testar o quanto os alunos haviam assimilado a ideia, Jane perguntou à turma se os alunos de olhos azuis se lembravam da última tarefa, no que foi surpreendida com um sonoro “Não!” vindo dos alunos com olhos castanhos. Em instantes, o grupo que havia sido distinguido com a braçadeira já tinha sido apelidado pejorativamente como os “azuizinhos”. Uma aluna que nunca tivera problemas com multiplicação começou a cometer diversos erros de uma hora para outra. Alunos de olhos marrons juntaram-se sobre um “azulzinho”que estava correndo e exigiu que ele pedisse desculpa porque era inferior (e ele de fato pediu). Os alunos levaram a sério e no mesmo dia começaram uma verdadeira ditadura opressiva dos castanhos contra os azuis. No mesmo dia!
Surpreendente na época, tal reação não espantaria muitos psicólogos hoje em dia. Para quem leu o artigo Suscetibilidade ao Estereótipo: Ênfase na Identidade e Mudanças no Desempenho Quantitativo publicado na revista Psychology Science em 1999, já é sabido que uma estereotipagem ruim afeta diretamente o desempenho quantitativo em testes. A aluna que nunca errava, ao descobrir que fazia parte dos mais burros, começou a cometer erros que normalmente não cometia. Não é somente o desprazer de ser lembrado que é inferior, mas se tornar de fato inferior devido somente ao esteriótipo que torna o preconceito uma prática tão abominável.
Naquela sexta-feira, os alunos com olhos azuis sentiram na pele o que é ser um negro. Foram ofendidos e humilhados. O estigma de pertencerem ao grupo dos burros se refletiu sobre a sua atitude e sobre o seu desempenho. Eles foram negros por um dia. E na segunda-feira, quando voltaram para a escola e descobriram que a professora havia se enganado, e que na verdade os alunos de olhos castanhos que eram mais burros, não houve vingança na mesma moeda. Sabendo eles mesmos como é estar no sapato dos outros, trataram os “castanhozinhos” com mais respeito do que receberam quando a situação ainda não tinha sido invertida. E no final da aula, quando Jane pediu para os alunos de olhos castanhos retirarem suas braçadeiras, a cena que se seguiu a marcou toda a sua vida: os alunos começaram a se abraçar, alguns até mesmo chorando. Todos eles haviam aprendido o que era preconceito com aquela dinâmica aparentemente boba.
Na terça-feira, os alunos resolveram escrever uma carta à esposa de Martin, pois tinham ficado sensibilizados com os quatro filhos que ele deixou órfãos. As cartas foram parar no jornal local de Riceville, e depois publicadas nacionalmente. Em algumas semanas, Jane Elliott foi chamada para uma entrevista na televisão. Ao ser questionada por uma telespectadora que dissera: “Como você ousa tentar esse experimento cruel em crianças brancas? Crianças negras estão acostumadas com tal comportamento, mas crianças brancas, não tem jeito delas entenderem isso. É cruel com as crianças brancas e vai causar grandes danos psicológicos a elas.”, Jane respondeu de prontidão: “Por que nós estamos tão preocupados com os frágeis egos de crianças brancas que experimentaram algumas horas de racismo simulado por um dia enquanto crianças negras experimentam racismo real todos os dias de suas vidas?”
Dois anos depois, Jane Elliott fora chamada para realizar o experimento na Casa Branca. E daí em diante, ela replicou o experimento dezenas de vezes, inclusive para a televisão, e se tornou a cidadã mais famosa de Riceville. Em certa ocasião, ela tirou fotos dos alunos nos dois dias da dinâmica. Podia-se ver claramente como elas sempre estavam mais felizes quando não estavam com o colar que marcava os inferiores. Os efeitos chegam a ser visíveis neste ponto! Sua história se tornou um símbolo de como o racismo, mesmo simulado, pode ter efeitos reais e devastadores em nossas vidas. Pudessem todas as pessoas andar com os sapatos dos outros por um dia que seja, e os pedidos por respeito seriam apenas mais um clichê.
saiba mais aqui na fonte do artigo e no vídeo abaixo (um workshop com adultos e a Professora Elliot) com legendas em português.

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