domingo, 24 de junho de 2012

A Meditação na Medicina Energética Tibetana

 Segyu Rinpoche é um monge tibetano da escola Gelugpa,a mesma do Dalai Lama, que não acredita em religião,usa iPad, iPhone, tem Twitter e Facebook.                   É carioca, mora na Califórnia há 30 anos e lá trabalhou com personalidades como o empresário Steve Jobs e a atriz Goldie Hawn. Aos 62 anos, Rinpoche ensina o mundo a meditar para viver melhor. E aos médicos presentes à palestra na última semana no Espaço Clif, clínica de dependência química no Rio, ele falou de medicina tibetana e dos cuidados integrativos que veem o paciente como um todo — corpo, mente e energia. Em entrevista ao GLOBO, o monge disse que este é o futuro da medicina: “Essas energias podem influenciar na prevenção e no aumento da expectativa de vida para que se viva de forma mais saudável e alegre”.


O GLOBO: Qual é a principal contribuição da meditação para a vida e para o tratamento de doenças?
SEGYU RINPOCHE: Meditação é a pedra fundamental. Sem o controle mental você não consegue adquirir, perceber e aumentar a energia, fica teórico. Mas a meditação não é uma ferramenta de cura, é um instrumento que aumenta o potencial interior e aí o processo de cura pode ocorrer. Meditar aumenta as condições do sistema imunológico e o bem-estar. Com isso o remédio tem um efeito melhor.
O GLOBO:Como a psicanálise, já que nesse processo falamos também de autoconhecimento?
RINPOCHE: Sim e não. A psicanálise vai cuidar dos traumas, mas quando se tem um quadro traumático, há uma energia ligada a esse trauma e a psicanálise não vai trabalhar com essa energia. A meditação sim. É como quando se tem uma cicatriz e se sente a dor: a dor é da energia por trás daquilo. Se você aliviar a dor vai entender a cicatriz, ela estará ali sem dor. A meditação vai mais fundo porque é um processo de autotransformação, de crescimento.
O GLOBO:O senhor tem como quantificar isso, sabe o quanto o paciente melhora com a prática?
RINPOCHE: O campo acadêmico cuida dessas pesquisas com grupos de controle e comprova os benefícios. Eu tenho mais preocupação de implantar uma linhagem (fazer com que esses cuidados curativos se tornem realidade) e isso toma mais tempo, porque não estou preocupado em saber se funciona ou não. Tenho pacientes que tiveram a vida prolongada, tratamentos de quadros que não se pensava que fossem mudar e mudaram, tenho muitos dados positivos dessa minha prática.
O GLOBO:Como a meditação ajuda no tratamento de dependência química?
RINPOCHE: O dependente químico tem um desequilíbrio energético muito grande ligado a estruturas emocionais. Com a meditação, ele terá capacidade de controlar esses impulsos internos, o apego à droga. Por exemplo: sabemos que a psicologia explica muito bem a questão, mas quem coloca o paciente em estado de abstinência é o A.A., o N.A., porque há um compromisso que os mantêm sóbrios. A meditação é esse comprometimento. Com a força que se vai ganhando com isso, trabalhando nisso, o desejo latente da droga desaparece.
O GLOBO:Para onde vai essa energia?
RINPOCHE: Isso é transformado em outras habilidades que estão bloqueadas, a energia é redirecionada. Não tem pessoas que se acidentam, ficam paraplégicas e começam a pintar sem nunca terem feito isso? Não há outra alternativa, a mente redireciona. O ponto é que sem esses choques fortes vivemos atados a certas estruturas sem redirecionar as energias, sem mudar.
O GLOBO:A meditação pode ser usada também para mudar outras situações, não só doenças?
RINPOCHE: Essa ideia de a meditação ajudar só na enfermidade é ocidental. A meditação é um processo para engrandecer a vida e isso inclui estar feliz, alegre. Muda a perspectiva da vida: o sexo, as relações pessoais, tudo fica mais potente.
O GLOBO:Como é feita essa meditação?
RINPOCHE: É o ato de se concentrar em um objeto que expande e enriquece a mente. Você se prepara, senta e se concentra em um objeto neutro, que pode ser uma cor, um mantra, a respiração. E começa.
O GLOBO:Quanto o senhor medita por dia e quanto tempo é indicado meditar?
RINPOCHE: Eu medito 24 horas por dia. Como? Eu medito entre uma hora, uma hora e meia sentado diariamente, mas quando eu me levanto eu não abandono minha meditação. Estou atento. Percebo a cada momento o modo de ser, estou presente no momento, não estou imaginando o futuro ou numa melancolia do passado. Ao mesmo tempo posso analisar esses fatores para crescer, para entender o dia a dia, isso é uma verdadeira meditação. É evidente que tem que ter o hábito de sentar pelo menos cinco minutos por dia, de uma boa meditação, para começar a ter efeito. É realmente colocar a mente de volta ao objeto de meditação a cada dispersão e aí realmente você começa a aumentar gradativamente porque vai sentindo os efeitos.
O GLOBO:Como fazer isso com uma rotina tão pesada de trabalho?
RINPOCHE: Você tem que mudar a forma de lidar com o tempo. Se você dormir cinco horas e meia em vez de seis, poderá dar atenção aos filhos, à relação, ao trabalho, mas principalmente dará atenção a você. No trabalho, faça uma lista das suas ociosidades, do tempo gasto com nada e você verá. Tem que ter uma atitude mental, criar processos para se envolver passo a passo e, à medida que você vai tomando consciência disso, tudo muda. O que muda é o ato de estar consciente. Se você fizer a coisa inconsciente nada muda. Mesmo que você esteja meditando, que é o que a maioria das pessoas faz.
O GLOBO:Como é uma consulta de medicina energética tibetana?
RINPOCHE: A consulta começa tirando o pulso para verificar as desarmonias energéticas dos seus humores. A medicina tibetana organiza as três forças que regem a saúde (ar, bile e fleuma) e aí vai prescrever algum medicamento, um tratamento como moxabustão ou ventosas, alguns banhos, dieta e tem kum nye, uma massagem tipo acupressão em pontos que não são do meridiano chinês e sim dos canais de energia sutil de acordo com a medicina tibetana. Depois há a aplicação de pressões ou do calor da moxabustão ou energização por visualização de cores, mantras ou imposição de mãos para reequilibrar as energias do corpo. E o clínico tem que ter essa energia para mandar para o paciente.
O GLOBO:O que o senhor acha que a medicina ocidental tem a aprender com a tibetana?
RINPOCHE: Isso é o futuro da medicina. A medicina caminha para ser menos invasiva, mais preventiva, mais direta como medicina genética e apta a entender as causas energéticas da perda de equilíbrio do corpo, de como as células reagem de forma diferente a esse desequilíbrio. Essas energias podem influenciar na prevenção, no aumento da expectativa de vida, para que se viva de forma mais saudável e alegre.
O GLOBO:O ocidente está preparado? Há ainda muitos questionamentos sobre o que é ou não científico.
RINPOCHE: A China, o Tibet estão absorvendo o ocidental. E esse questionamento... muda. Isso são propostas acadêmicas egoístas mas o mundo está mais aberto, formulando novos tipos de perguntas inteligentes. Este é realmente o momento de ver um mundo melhor. Evidentemente que esta integração irá naturalmente ocorrer.
O GLOBO:O senhor teve um câncer na garganta em 2004 e disse que durante o tratamento de radio e quimioterapia não tomou remédio para a dor, em vez disso meditava. Como foi isso?
RINPOCHE: Eu meditava na dor, por isso não tomava remédio. Eu deixei de sentir dor? Não. Sofri porque estava com dor? Não. Eu tinha dor, mas não tinha sofrimento.
O GLOBO:Mas isso é uma coisa para iniciados, uma pessoa comum não administra isso bem.
RINPOCHE: Eu recebi os benefícios porque fui iniciado. Mas se eu começar a iniciar as pessoas, todos poderão ter o mesmo resultado. Não precisa esperar este momento de dor para isso, porque aí vai ter que ser a medicina tradicional mesmo, o remédio. A doença me mostrou que funciona, minhas meditações não foram em vão.
O GLOBO:O senhor pretende trazer sua clínica da Califórnia para o Rio?
RINPOCHE: Sim, só quero ver o calendário deste ano, mas isso já está acertado.
O GLOBO:O senhor aparece relacionado às celebridades de Hollywood, isso deve ajudar a divulgar a meditação também, não?
RINPOCHE: Sim, tem algumas pessoas, mas talvez seja o meu jeito. Sou monge mas não gosto de religião. Eu reconheço o poder da devoção como uma coisa forte, mas em quê ter devoção? Como ter devoção? Eu acredito que o mundo está caminhando, evoluindo e as estruturas estão realmente mudando, o homem tem um novo entendimento da mente. Eu acredito que as religiões vão mudar, haverá novas perspectivas, novas percepções. No futuro, todas essas deidades serão tão obsoletas quanto Zeus e Apolo

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Felicidade e Escolhas

Um dos filósofos mais influentes dos dias de hoje, Zygmunt Bauman simplifica para nós o que pode parecer um enorme labirinto. Sua investigação sobre a forma como vivemos hoje, a pressa constante e vibrante no dia-a-dia e a ansiedade da vida pós-moderna se coloca de maneira clara e objetiva nesse vídeo que você pode ver abaixo. Sua capacidade de sintetizar o complexo é tão marcante quanto o jeito lúcido com a qual expõe suas idéias.


O criador do conceito de modernidade líquida , fala da sociedade de consumo e a busca por identidade do indivíduo, chegando até ao uso que fazemos hoje da internet. Discorre sobre o Facebook e as interações humanas online, desvendando para nós porque isso é tão agradável para tanta gente nos mais diversos tipos de sociedade no mundo. Sua honestidade, sobre o que vê no mundo de hoje, é ao mesmo tempo forte e arrebatadora. Sem dúvida, uma aula sobre felicidade e escolhas. Para saber mais sobre o tema, recomenda-se a leitura do livro Modernidade Líquida.





Saiba mais em http://www.hypeness.com.br

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Presente do Trânsito de Vênus

O Planeta Vênus passará hoje (05/06/2012) em frente ao disco solar. Será visto, portanto, como um ponto negro cruzando o círculo do Sol. O fenômeno será visível na maior parte do mundo, com destaque para o Havaí. Este fenômeno se repete quatro vezes a cada 243 anos, sempre em intervalos de 8 anos. O último e primeiro do par, foi em junho de 2004..

A cada 13 translações completas de Vênus, temos 8 da Terra. O 8 e 13 são dois números consecutivos na sequência de Fibonacci e a razão 8:13 é, aproximadamente, a razão de ouro, a proporção fundamental por trás do pentagrama. O oito significa responsabilidade, e esta se iniciou, em relação as escolhas próprias, com o primeiro trânsito de Vênus em 2004.

Crescemos em um planeta onde o equilíbrio não tem sido igual, e onde a energia masculina tem um peso muito maior do que qualquer outra. Devido ao novo caminho que estamos seguindo coletivamente, a energia do oito foi necessária. O equilíbrio e a responsabilidade sendo entregues a este planeta, portanto, é a energia que irá eventualmente equilibrar este planeta, masculino e feminino.

A Metáfora da Mensagem do Trânsito de Vênus

Nesta metáfora, para que se consiga escutar a canção, é necessário que se tenha um receptor - quase como um receptor de rádio. É preciso estar atento e consciente de si mesmo para escutá-la.
No caso do Trânsito de Vênus, nada ocorreria no planeta se a humanidade não estivesse em um potencial para "escutá-lo". Pensem em uma perspectiva mais ampla: existe uma bela canção sendo cantada, mas a sintonia é pessoal.

A Canção de Vênus é uma  metáfora onde existe um desafio. A ternura da canção sendo cantada para a humanidade é muito calma. E diz silenciosamente as  palavras: Fique calmo e saiba que você é Deus.
A palavra de ordem para o momento é Realinhamento. Ativando nossa consciência e discernimento, elevando os niveis dde nossa frequência vibratória pessoal poderemos captar as energies amorosas enviadas por Vênus e pelo Sol neste momento de forma a fazer face aos desafios vindouros de modo harmonioso e confortável.

Somos Faróis e faróis não temem tempestades. Eles foram construídos para elas. Quando as nuvens começam a escurecer os Faróis se erguem e dizem,"Bem, já era tempo! Pensei que isto nunca aconteceria. O clima tem sido muito bom por muito tempo. É hora de trabalhar. Acenda as luzes e vamos a ele!"
Com a infusão de Luz que receberemos no transito de Vênus  descobriremos mais alguns lugares escuros no planeta. É isto o que acontece quando a luz é acesa. Coisas que têm sempre estado na escuridão não podem tolerar muita luz. Elas se movimentam tentando encontrar outros lugares escuros para se esconder. Mas, devido ao que está acontecendo neste planeta, há cada vez menos lugares escuros. Portanto, quando estas energias forem iluminadas, precisaremos fazer uma escolha: permanecer ou não, e neste processo elas lutarão para permanecer na escuridão. É isto que está acontecendo no planeta.

A Deusa do Amor se move entre a Terra e o Sol. Isto cria o potencial de mudar o planeta. Observem estas coisas. Observem a integridade fazer uma diferença neste planeta como nunca fez antes. Observem outros atributos de equilíbrio começarem a se mostrar também.
Sol e Vênus em Gêmeos nos convidam a abrir o coração, a nos comunicar com amor. Esta é mais uma oportunidade que o céu nos dá para deixar velhos hábitos, apegos e sentimentos para trás. É tempo de olhar para o futuro com o Coração Fortalecido!

Roteiro para trilhar O Caminho do Coração Fortalecido:

1.   Voltar-se para dentro para conhecer suas feridas
2.   Depois de identificar as feridas veja qual o poder que elas têm em sua vida, pois é mais difícil se libertar de um passado dolorosa do que liberar memórias. Faça isso com uma testemunha, de preferência um terapeuta.
3.   Identifique como você utiliza suas feridas para influenciar e até controlar as pessoas e a si mesmo.
4.   Formule um novo padrão de interação com os outros que não se apóie nas suas feridas.
5.   Identifique o bem que pode vir e que já veio das suas feridas e veja o que aprendeu com elas. Inicie uma prática espiritual onde você possa apreciar e agradecer por suas feridas.
6.   Enfrente os desafios do perdão: abandone a vítima, o controle da ferida sobre você e a necessidade de reparação ou vingança.
7.   Mantenha o espírito no Agora e convide a mudança para sua vida, mesmo que só através da sua atitude.
8.    Que memórias emocionais você precisa curar?
9.    Que relacionamentos na sua vida exigem cura?
10. Você já usou suas feridas emocionais para controlar pessoas ou situações? Descreva-as.
11. Você já permitiu ser controlado por feridas de outras pessoas? Quais são seus sentimentos sobre deixar isso acontecer novamente?
12. Quais são seus medos em relação a se tornar emocionalmente saudável?
13. Você relaciona saúde emocional com não precisar mais de um relacionamento íntimo?
14. Qual a sua compreensão do perdão?
15. Quem são as pessoas que você ainda precisa perdoar e o que o impede de desapegar-se da dor associada a elas?
16. O que você fez que precisa de perdão? Que pessoas estão trabalhando para perdoar você?
17. Qual a sua compreensão de um relacionamento íntimo e saudável?
18. Está disposto a abrir mão das suas feridas para se entregar a um relacionamento assim?

Transit of Venus Across the Disk of the Sun June 5/6, 2012 TODAY late afternoon - Animated

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Menina que Odiava Livros

Lendo, brincando e crescendo - Por Paula Furtado

A arte da contação começa na seleção das histórias. Existem aquelas específicas para determinados temas ou situações, ou seja, narrativas que permitem uma identificação imediata do leitor ou ouvinte com o enredo. 

Após a escolha, a forma como os pais e educadores contam a história é de grande importância para o sucesso do conto como processo terapêutico. Para tudo dar certo, valem as dicas:

- Não compare as crianças com os personagens ou dê sermões ao fim de cada história. A ideia é deixar o inconsciente agir e fazer as conexões necessárias sozinho. Quando o adulto pontua um aspecto e defende uma posição sobre o assunto em pauta, o trabalho simbólico fica bloqueado. Exemplo: a criança está mentindo muito e o pai conta a história “Pedro e o lobo”. A criança ouve tudo muito interessada, mas, quando termina a leitura, o adulto faz o seguinte comentário: “Viu o que acontece quando as crianças mentem?” Neste momento, todas as conexões que a criança estava realizando com o seu dia a dia terminam e ela percebe que aquela história foi só mais um sermão, só que mascarado.

- Procure, ao término de cada história, explorar com a criança as sensações que ela experimentou durante a leitura, por meio de perguntas como: O que você achou da história? / O que você mais gostou da história? /O que lhe incomodou na história? / De qual personagem você mais gostou? / Você conhece alguém que viveu uma situação parecida? / Você já se sentiu como esse personagem? / Como você imagina que o personagem se sentiu quando aconteceu aquela situação? / Você teria a mesma atitude de tal personagem? / Você gostou do final? Deixe a criança falar, sem censuras.

- Caso a criança durma no meio da história, procure, mesmo assim, contá-la até o final. Em geral, os pequenos pegam no sono no momento do conflito e, para evitar que eles tenham pesadelos e durmam com a imagem da bruxa ou do lobo, por exemplo, é necessário continuar a leitura, chegando ao final feliz, pois o inconsciente ainda está ligado mesmo quando a criança está sonolenta.

- Para contar histórias, o pai ou educador deve procurar conhecer bem a narrativa. Apropriar-se do enredo dará mais verdade ao texto. É importante contar a história com naturalidade a fim de que haja por parte da criança uma maior identificação com os personagens e os conflitos narrados, de forma que a criança possa relacioná-los com suas experiências, apontando para um caminho de soluções.

*Paula Furtada é autora do livro Terapia do Conto – Para Curar o Coração, da Editora Girassol

Animação abaixo conta a história de Nina, uma menina que não gostava de ler, mas que, ao se deparar com o rico universo da leitura, descobre uma nova realidade.

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