quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Escola Lumiar ~ Uma Nova Modalidade de Ensino

O Modelo Lumiar tem como objetivo uma experiência arrojada de gestão escolar, matriz de conhecimento e democracia interna no ambiente escolar.

Este modelo inovador se apoia num tripé: O primeiro é a Democracia -  as decisões são tomadas coletivamente numa "roda" onde todos os alunos tem voz.
O segundo é a formação do currículo - Currículo por Mosaico, que tem referência nos padrões nacionais, mas leva em consideração as áreas de interesse e aprofundamento particular de cada aluno.
E o terceiro é a inovação da figura do professor dividida entre o Tutor (o professor tradicional que antes dava aula " per se " e aqui fica responsável emocional, afetivo e pedagogicamente pela turma) e o Mestre ( Expert apaixonado por determinado conteúdo que será o responsável por passar esse conteúdo específico).

Aliado a esse tripé tem-se a tecnologia avançada dos microcomputadores presentes no dia-a-dia das crianças.
Confira nos vídeos abaixo esse novo modelo inovador de escolas no Brasil.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Hildegard of Bingen Meditation Mandalas

Ao longo de sua vida de devoção, Hildegard teve visões de Deus que a chamou para se expressar através de seus muitos talentos e assumir um papel de liderança dentro da igreja 
Acompanhada de autênticos instrumentos medievais, ouvimos aqui uma canção original de Hildegard - O Pastor Animarum - com Mandalas (em animação) que ela desenhava em momentos de êxtase místico.
Este vídeo proporciona ao expectador 5min de grande aprofundamento interior, quiçá insights reveladores.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A meditação diária realmente transforma!!!


Uma perspectiva científica da meditação. 
Veja o Programa da National Geografic: 
A Incrível Máquina Humana
(Meditação Budista estudada cientificamente)
Produzido em 14/10/2007 e absolutamente atual e interessante.
A meditação diária realmente transforma!!!


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SENTIMENTOS, ENERGIA E CONSCIÊNCIA

Gregg Braden é um autor internacionalmente reconhecido como um pioneiro em fazer a ligação entre ciência e espiritualidade. Seguindo uma carreira de sucesso como geólogo e analista da computação para a Phillips Petroleum durante a crise energética dos anos 70, ele trabalhou como Senior designer de sistemas de computação com o Sistema de Defesa Martin Marietta durante os últimos anos da Guerra Fria. Em 1991 ele se tornou o primeiro gerenciador de operações técnicas para Sistemas Cisco onde ele conduziu o desenvolvimento da equipe de suporte global que assegura a confiabilidade da internet de hoje.

Por mais de 25 anos Gregg tem pesquisado vilarejos de altas montanhas, monastérios afastados e textos esquecidos para descobrir seus segredos eternos. Suas pesquisas resultaram em intrigantes livros como: O Efeito Isaias, O Código Divino, A Matriz Divina, entre outros.




Neste video legendado, o autor e pesquisador Gregg Braden, nos fala um pouco sobre seus estudos e investigações sobre sentimentos, energia e consciência, e como novas descobertas científicas nos oferecem muitas comprovações.


Veja também o vídeo O Coração e a Eletrofisiologia da Intuição:  Trecho do documentário The Living Matrix, que aborda o que novas pesquisas têm demonstrado sobre o papel do coração no corpo humano. Também descreve um experimento chamado eletrofisiologia da intuição. 


Site oficial: http://www.greggbraden.com/

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A natureza da mulher



“Às vezes penso que a natureza da mulher é como uma grande casa de muitos cômodos:
existe o hall, através do qual qualquer um passa em suas idas e vindas,
a sala de visitas, onde se recebe formalmente,
 a sala de estar, que os·membros da família freqüentam quando estão com vontade”;
mas, além disso, muito além, existem outros cômodos,
as fechaduras de portas que jamais são abertas;
ninguém sabe o caminho para estas, ninguém sabe onde elas levam;
e, no cômodo mais íntimo, no mais sagrado dos sagrados,
o espírito está sozinho e
espera ouvir passos que um dia virão”.

Edith Warton


sábado, 11 de agosto de 2012

Preguiça Espiritual

Lemos muito, nos aprofundamos diariamente e com honestidade, pesquisamos nossas sombras... mas porque não conseguimos alcançar níveis mais altos de consciência? Por que não persistimos na senda espiritual crescendo e nos desenvolvendo passo a passo na mesma medida do nosso desenvolvimento e acumulo de conhecimento? Somos sérios, mas nem tanto...

Já perceberam o mecanismo de um fanatismo? Se observarmos mais de perto este fenômeno podemos ter uma dica de algo positivo e prático que pode nos ajudar.
É visível que todo fanático, por qualquer coisa que seja, é absolutamente comprometido com sua causa, absolutamente apaixonado, persistente e obcecadamente por sua causa. Talvez nos falte comprometimento espiritual e nos sobre preguiça espiritual.

Veja bem, a preguiça é o vício correspondente à virtude da disposição, e ambos são característicos ou correspondentes ao chacra cardíaco. Quando está em jogo “o amor da minha vida” tenho disposição para dormir só 4h por dia, fazer esforços físicos hercúleos e até maratonas intelectuais. Já para algo que não nos toca o coração, a disposição é de difícil acesso. A preguiça, se instala com facilidade. Na verdade muitos de nós somos alunos da espiritualidade e o problema é que somos alunos relapsos.

A cada pensamento, ato ou palavra dissonante do nosso nível mais elevado, mais distante nos colocamos da experiência e vivência do AMOR. Ninguém disse que esta tarefa seria fácil. Não é fácil fazer aflorar nosso potencial espiritual. O conhecimento ajuda, e muito, mas só a experiência diária, com a aprendizagem através dos erros, é capaz de nos alçar a um nível de amar de forma destemida.

Na prática, como se faz isso?
Acredito que um bom começo está em desaprender o medo, em ver o que se esconde atrás do medo em todas as situações, em abençoar alguém ao invés de culpá-lo ou procurar onde está a culpa, em ver o motivo, a razão muitas vezes oculta para tal situação desconfortável ou atitude inconveniente, nossa ou alheia.

Só o amor é capaz de expulsar todo o nosso medo.
Numa época tão conturbada como a nossa em que diariamente nos vemos divididos entre o amor e o medo, é necessário que nos apliquemos mais e tenhamos nítido o nosso foco – aprender a viver em Deus.

Dizer que somos feitos à imagem e semelhança de Deus, que somos divinos, não é o mesmo que acreditar e viver isso. Quando verdadeiramente consideramos este fato percebemos a riqueza espiritual que herdamos e que está pronta para ser usada expulsando toda a preguiça e escuridão interior e ao nosso redor.

O Universo está continuamente nos provendo novos começos que refletem nossa essência, mas nem sempre estamos prontos para recebê-las.
Não é arrogância espiritual acreditar que somos infinitamente criativos e potencialmente perfeitos pela Graça Divina, mas humildade, aceitar a presença do Espírito em nossa vida, bem como permitir que suas bênçãos se manifestem através de nós. Para isso basta estar receptivo e com disposição amorosa para SER e VIVER em Deus.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Meditação para Crianças

Muitas pessoas me perguntam se as crianças, principalmente as pequenas, conseguem meditar, já que para a maioria dos adultos esta é uma tarefa das mais difíceis. Digo que 90% das vezes, os pequeninos têm mais facilidade e até nos surpreendemos com a naturalidade com que eles conquistam o estado de relaxamento e recepção para a meditação.

Os adultos geralmente buscam a meditação como método rápido e eficaz para combater o stress, a ansiedade e até estados de pânico ou depressão. Para seus filhos buscam esta técnica como terapia complementar à hiperatividade ou falta de atenção e concentração.

A meditação em si funciona para tudo isso, já que tem como princípio básico o encontro com nossa essência última, o que gera naturalmente equilíbrio, paz e harmonia. No trato com as crianças a meditação tem um “plus”, que seria a relembrança das “virtudes” como: honestidade, sinceridade, compaixão, gratidão, ética, lealdade, honra, dignidade e amor.

É necessária uma breve introdução à meditação para despertar o interesse dos pequenos, na forma de uma pequena história, debate ou brincadeira motivadora. Nesta introdução se delineia o foco de atenção da meditação, sempre se respeitando a fase de desenvolvimento e discernimento da criança, assim como a duração do tempo de concentração para cada fase. Para crianças de 3 a 5 anos os períodos de meditação devem ser de 1 a 3 minutos, crianças de 6 a 8 anos, de 3 a 5 minutos e crianças de 9 a 12 anos de 5 a 15 minutos. Tudo isso sempre levando em consideração as exceções e casos particulares.

Vejamos um exemplo que pode ser usado com uma criança de 6 a 8 anos.
Introdução: Inicie um diálogo ou debate sobre as ligações/conexões que temos uns com os outros. O que nos afeta? O que nos incomoda? O que fazemos, dizemos, pensamos ou sentimos que interfere com o outro?

História: O Furo
Dois homens estavam em um lago, remando em um pequeno barco. Sem qualquer aviso, um deles começa a fazer um furo no fundo do barco. O outro homem grita: “O que você está fazendo?”. E o primeiro responde: “Por que você está tão preocupado? Estou furando só o meu lado do barco!”

Moral da Estória:
Estamos todos unidos. O que eu faço, sinto e penso interfere com o outro. O que o outro faz, sente e pensa, interfere na minha vida também. Somos todos responsáveis pela VIDA!!!!

Visualização/Meditação :
- Agora fique quieto, ouça a musica (escolha uma música instrumental suave com a duração máxima de 5 minutos), mantenha os olhos fechados olhando para o olho espiritual – o ponto entre as sobrancelhas. 
- Sinta a música percorrer o seu corpo todo, começando pelos pés, pernas, quadris, barriga, peito, ombros, braços, mãos, pescoço, cabeça. Sinta a musica fluindo com sua respiração energizando todo o seu corpo. 
- Agora sinta a sua energia pulsando em todo o seu corpo, o seu ritmo, as suas cores e perceba que a sua energia vai além do seu corpo e toca o ambiente em que você está, pessoas próximas e pessoas não tão próximas, mas que estão à distancia de um pensamento.
- Perceba a sua ligação com cada uma das pessoas que você toca energeticamente. Perceba se esta ligação está forte, fraca, frágil e se for necessário, do seu coração, injete uma rajada de energia amorosa para quem você sente que precisa.
- Inspire e expire profundamente e continue o exercício até o fim da música.  
- Volte à consciência do Aqui e Agora ao final, sentindo-se mais consciente das suas ligações e relacionamentos.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Medita no Lótus do Coração


Pode-se alcançar a concentração fixando-se a mente sobre a luz interior que está além do sofrimento. Os ioguins antigos porém acreditavam que existia um centro real de consciência espiritual, chamado "o lótus do coração", situado entre o abdômen e o tórax, o qual podia revelar-se através da meditação profunda. Asseveravam que tinha a forma de um lótus e que brilhava de luz interior. Dizia-se que estava "além do sofrimento", pois aqueles que o viam enchiam-se de uma extraordinária sensaçãode paz e de alegria. Desde os tempos mais remotos, os mestres da ioga enfatizaram a importância de meditar-se sobre esse lótus. "O paraíso supremo brilha no lótus do coração", afirma o Upanishad Kaivalya.

Aqueles que lutam e têm aspiração podem chegar a ele. Recolha-se na solidão. Sente-se num lugar limpo e em postura ereta, com a cabeça e o pescoço em linha reta. Controle todos os órgãos dos sentidos. Curve-se reverente diante de seu mestre. Penetre, então, no lótus do coração e aí medite na presença de Brahman — o puro, o infinito, o bem-aventurado.Lemos no Upanishad Chandogya: Dentro da cidade de Brahman, que é o corpo, existe o coração, e dentro do coração existe uma pequena casa. Essa casa tem a forma de um lótus e nela mora aquele que deve ser buscado, investigado e compreendido. O que, pois, é isso que habita nesta pequena-casa, este lótus do coração? O que é isso que precisa ser buscado, investigado e compreendido? Tão imenso quanto o universo exterior é o universo interior do lótus do coração. Dentro dele existem o céu e a Terra, o Sol, a Lua, a luz e todas as estrelas.

Tudo que está no macrocosmo também se encontra no microcosmo. Tudo o que existe, todos os seres e desejos, tudo se acha na cidade de Brahman; o que, então, acontece com eles quando chega a velhice e o corpo se desfaz na morte?Embora a velhice atinja o corpo, o lótus do coração não envelhece. Ele não morre com a morte do corpo. O lótus do coração, onde mora Brahman com toda a sua glória — esse, e não o corpo, é a verdadeira cidade de Brahman, o qual, aí residindo, permanece intocável por qualquer ação, imutável, imperecível, livre de todo pesar, da fome, da sede.Seus desejos são desejos honestos, sendo por isso mesmo satisfeitos. No Upanishad Mundaka, lemos: "Ele mora no lótus do coração, onde os nervos se encontram como os raios de uma roda. Medita sobre ele como OM, e atravessarás facilmente o oceano da escuridão. No lótus esplendoroso do coração reside Brahman, o impassível, o indivisível. Ele é puro. É a luz das luzes. Os conhecedores de Brahman o alcançam".

Esse método de meditação ajuda, pois localiza nossa imagem da consciência espiritual pela qual lutamos. Se o corpo é considerado como uma cidade agitada e barulhenta, podemos então supor que no centro desta cidade existe um santuário, em cujo interior está presente Atman, nossa natureza real. Seja lá o que estiver acontecendo nas ruas exteriores, podemos sempre entrar no santuário e prestar adoração: ele está sempre aberto.

Trecho do Livro: COMO CONHECER DEUS - Aforismos Iogues de Patanjali De acordo com a versão de SWAMI PRABHAVANANDA e CHRISTOPHER ISHERWOOD

sexta-feira, 13 de julho de 2012

As Mulheres e a Paz

         Você sabe quem ganhou o Prêmio Nobel da Paz, no ano de 2011?
Nada menos de três mulheres. E não é o fato de serem mulheres que torna a nota importante. Mas o que elas promovem, realizam em seus países e no mundo.
Ellen Johnson Sirleaf, presidente liberiana, primeira da África, eleita em 2005. Leymah Gbowee, assistente social da Libéria e Tawakkul Karman, ativista iemenita.
Leymah, em nome da paz, combate a desumana situação das mulheres no seu país, no Oriente Médio ou onde quer que a opressão as violente.
Mãe de seis filhos, essa mulher corajosa iniciou um movimento de mulheres para exigir a paz na Libéria. Viajou de aldeia em aldeia, organizando as mulheres.
Contra todas as expectativas, convenceu cristãs e muçulmanas a se unir. Seu discurso era:
"Aqui, no movimento, não somos advogadas, ativistas nem esposas. Não somos cristãs nem muçulmanas, não somos dessa ou daquela tribo. Não somos nem nativas nem da elite. Somos apenas mulheres."
Levar as mulheres a lutar pela paz era o que ela desejava fazer na vida.
Quando as mulheres lhe perguntavam: Por que devemos fazer alguma coisa? – ela rebatia: Porque é da sua conta! Porque são vocês que têm sido violentadas pelos combatentes. Foi o seu marido que morreu. É o seu filho que está sendo alistado à força no exército.
Luta árdua, difícil.
Foi o grupo de Leymah que apressou a renúncia do presidente Charles Taylor em 2003 e o fim da guerra civil em seu país.
De onde tira a sua coragem? Da fé, diz ela. Tudo o que sou, tudo que aspiro ser, tudo o que fui, foi pela graça de Deus.
E assevera: Sempre há algo que uma pessoa sozinha pode fazer. Deus nos criou a todos com alguma contribuição inigualável a dar.
Alguns são chamados para ser o vizinho que vai juntar as crianças para cantar ou escutar.
Outros, para ser grandes oradores.
Quero acabar com o mito de que somos vítimas o tempo todo.
Somos mulheres fortes que passamos pelo inferno e ainda conseguimos nos manter de pé.
Onde quer que estejamos, podemos nos levantar.
Nada pode nos impedir de sermos o que quisermos.
Hoje, Leymah viaja pelo mundo como diretora-executiva darede de mulheres pela paz e pela segurança na África, defendendo mulheres e meninas e tem assento junto a autoridades, que a ouvem.
Bem afirmaram os Espíritos Celestes, em O Livro dos Espíritos que, quando os bons o quiserem, eles predominarão sobre a Terra.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base em dados colhidos na entrevista Ela sonhou com a paz, de Dawn Raffel, de Seleções Reader´s Digest, de novembro de 2011 e no item 932 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb. 

terça-feira, 3 de julho de 2012

O Jogo do Conhecimento ~ Uma Ferramenta Diagnóstica


Apesar de termos uma multiplicidade de escolhas na vida, na realidade escolhemos muito pouco e exercitamos esporadicamente o nosso discernimento e poder de decisão. E por que isso ocorre? 
Porque escolhas infinitas são paralisantes e desgastantes para a psique humana. Esta possibilidade nos leva a definir expectativas excessivamente elevadas, e antes mesmo de escolher,  culpar-nos por nossos "fracassos" e não por apenas erros.                   



Escolhas demasiadas minam a felicidade, aumentam a paralisia e diminuem a satisfação. E ainda muitas vezes caímos em padrões recorrentes de escolhas baseados em auto-boicotes ou auto-armadilhas. Padrões estes que podem advir da formação e estrutura da personalidade do indivíduo ou mesmo de uma estrutura anterior - de vidas passadas.

Comento isto, pois vejo estes padrões desfilarem todos os dias no consultório e através do diagnóstico destes padrões pelo  Gyan Chaupad ~ O Jogo do Conhecimento, rastreamos suas causas, origens e resolução no momento do AGORA. Trazendo um maior discernimento sobre o nosso próprio funcionamento em relação as nossas escolhas, decisões e uso verdadeiro do nosso livre arbítrio.


Confira no vídeo abaixo uma prática do Gyan Chaupad ~ O Jogo do Conhecimento, em grupo (pode ser feito em pequenos grupos familiares, profissionais ou individualmente) que tem ajudado muitos a descobrir esta sabedoria e discernimento, e modos de utilizá-la.


domingo, 24 de junho de 2012

A Meditação na Medicina Energética Tibetana

 Segyu Rinpoche é um monge tibetano da escola Gelugpa,a mesma do Dalai Lama, que não acredita em religião,usa iPad, iPhone, tem Twitter e Facebook.                   É carioca, mora na Califórnia há 30 anos e lá trabalhou com personalidades como o empresário Steve Jobs e a atriz Goldie Hawn. Aos 62 anos, Rinpoche ensina o mundo a meditar para viver melhor. E aos médicos presentes à palestra na última semana no Espaço Clif, clínica de dependência química no Rio, ele falou de medicina tibetana e dos cuidados integrativos que veem o paciente como um todo — corpo, mente e energia. Em entrevista ao GLOBO, o monge disse que este é o futuro da medicina: “Essas energias podem influenciar na prevenção e no aumento da expectativa de vida para que se viva de forma mais saudável e alegre”.


O GLOBO: Qual é a principal contribuição da meditação para a vida e para o tratamento de doenças?
SEGYU RINPOCHE: Meditação é a pedra fundamental. Sem o controle mental você não consegue adquirir, perceber e aumentar a energia, fica teórico. Mas a meditação não é uma ferramenta de cura, é um instrumento que aumenta o potencial interior e aí o processo de cura pode ocorrer. Meditar aumenta as condições do sistema imunológico e o bem-estar. Com isso o remédio tem um efeito melhor.
O GLOBO:Como a psicanálise, já que nesse processo falamos também de autoconhecimento?
RINPOCHE: Sim e não. A psicanálise vai cuidar dos traumas, mas quando se tem um quadro traumático, há uma energia ligada a esse trauma e a psicanálise não vai trabalhar com essa energia. A meditação sim. É como quando se tem uma cicatriz e se sente a dor: a dor é da energia por trás daquilo. Se você aliviar a dor vai entender a cicatriz, ela estará ali sem dor. A meditação vai mais fundo porque é um processo de autotransformação, de crescimento.
O GLOBO:O senhor tem como quantificar isso, sabe o quanto o paciente melhora com a prática?
RINPOCHE: O campo acadêmico cuida dessas pesquisas com grupos de controle e comprova os benefícios. Eu tenho mais preocupação de implantar uma linhagem (fazer com que esses cuidados curativos se tornem realidade) e isso toma mais tempo, porque não estou preocupado em saber se funciona ou não. Tenho pacientes que tiveram a vida prolongada, tratamentos de quadros que não se pensava que fossem mudar e mudaram, tenho muitos dados positivos dessa minha prática.
O GLOBO:Como a meditação ajuda no tratamento de dependência química?
RINPOCHE: O dependente químico tem um desequilíbrio energético muito grande ligado a estruturas emocionais. Com a meditação, ele terá capacidade de controlar esses impulsos internos, o apego à droga. Por exemplo: sabemos que a psicologia explica muito bem a questão, mas quem coloca o paciente em estado de abstinência é o A.A., o N.A., porque há um compromisso que os mantêm sóbrios. A meditação é esse comprometimento. Com a força que se vai ganhando com isso, trabalhando nisso, o desejo latente da droga desaparece.
O GLOBO:Para onde vai essa energia?
RINPOCHE: Isso é transformado em outras habilidades que estão bloqueadas, a energia é redirecionada. Não tem pessoas que se acidentam, ficam paraplégicas e começam a pintar sem nunca terem feito isso? Não há outra alternativa, a mente redireciona. O ponto é que sem esses choques fortes vivemos atados a certas estruturas sem redirecionar as energias, sem mudar.
O GLOBO:A meditação pode ser usada também para mudar outras situações, não só doenças?
RINPOCHE: Essa ideia de a meditação ajudar só na enfermidade é ocidental. A meditação é um processo para engrandecer a vida e isso inclui estar feliz, alegre. Muda a perspectiva da vida: o sexo, as relações pessoais, tudo fica mais potente.
O GLOBO:Como é feita essa meditação?
RINPOCHE: É o ato de se concentrar em um objeto que expande e enriquece a mente. Você se prepara, senta e se concentra em um objeto neutro, que pode ser uma cor, um mantra, a respiração. E começa.
O GLOBO:Quanto o senhor medita por dia e quanto tempo é indicado meditar?
RINPOCHE: Eu medito 24 horas por dia. Como? Eu medito entre uma hora, uma hora e meia sentado diariamente, mas quando eu me levanto eu não abandono minha meditação. Estou atento. Percebo a cada momento o modo de ser, estou presente no momento, não estou imaginando o futuro ou numa melancolia do passado. Ao mesmo tempo posso analisar esses fatores para crescer, para entender o dia a dia, isso é uma verdadeira meditação. É evidente que tem que ter o hábito de sentar pelo menos cinco minutos por dia, de uma boa meditação, para começar a ter efeito. É realmente colocar a mente de volta ao objeto de meditação a cada dispersão e aí realmente você começa a aumentar gradativamente porque vai sentindo os efeitos.
O GLOBO:Como fazer isso com uma rotina tão pesada de trabalho?
RINPOCHE: Você tem que mudar a forma de lidar com o tempo. Se você dormir cinco horas e meia em vez de seis, poderá dar atenção aos filhos, à relação, ao trabalho, mas principalmente dará atenção a você. No trabalho, faça uma lista das suas ociosidades, do tempo gasto com nada e você verá. Tem que ter uma atitude mental, criar processos para se envolver passo a passo e, à medida que você vai tomando consciência disso, tudo muda. O que muda é o ato de estar consciente. Se você fizer a coisa inconsciente nada muda. Mesmo que você esteja meditando, que é o que a maioria das pessoas faz.
O GLOBO:Como é uma consulta de medicina energética tibetana?
RINPOCHE: A consulta começa tirando o pulso para verificar as desarmonias energéticas dos seus humores. A medicina tibetana organiza as três forças que regem a saúde (ar, bile e fleuma) e aí vai prescrever algum medicamento, um tratamento como moxabustão ou ventosas, alguns banhos, dieta e tem kum nye, uma massagem tipo acupressão em pontos que não são do meridiano chinês e sim dos canais de energia sutil de acordo com a medicina tibetana. Depois há a aplicação de pressões ou do calor da moxabustão ou energização por visualização de cores, mantras ou imposição de mãos para reequilibrar as energias do corpo. E o clínico tem que ter essa energia para mandar para o paciente.
O GLOBO:O que o senhor acha que a medicina ocidental tem a aprender com a tibetana?
RINPOCHE: Isso é o futuro da medicina. A medicina caminha para ser menos invasiva, mais preventiva, mais direta como medicina genética e apta a entender as causas energéticas da perda de equilíbrio do corpo, de como as células reagem de forma diferente a esse desequilíbrio. Essas energias podem influenciar na prevenção, no aumento da expectativa de vida, para que se viva de forma mais saudável e alegre.
O GLOBO:O ocidente está preparado? Há ainda muitos questionamentos sobre o que é ou não científico.
RINPOCHE: A China, o Tibet estão absorvendo o ocidental. E esse questionamento... muda. Isso são propostas acadêmicas egoístas mas o mundo está mais aberto, formulando novos tipos de perguntas inteligentes. Este é realmente o momento de ver um mundo melhor. Evidentemente que esta integração irá naturalmente ocorrer.
O GLOBO:O senhor teve um câncer na garganta em 2004 e disse que durante o tratamento de radio e quimioterapia não tomou remédio para a dor, em vez disso meditava. Como foi isso?
RINPOCHE: Eu meditava na dor, por isso não tomava remédio. Eu deixei de sentir dor? Não. Sofri porque estava com dor? Não. Eu tinha dor, mas não tinha sofrimento.
O GLOBO:Mas isso é uma coisa para iniciados, uma pessoa comum não administra isso bem.
RINPOCHE: Eu recebi os benefícios porque fui iniciado. Mas se eu começar a iniciar as pessoas, todos poderão ter o mesmo resultado. Não precisa esperar este momento de dor para isso, porque aí vai ter que ser a medicina tradicional mesmo, o remédio. A doença me mostrou que funciona, minhas meditações não foram em vão.
O GLOBO:O senhor pretende trazer sua clínica da Califórnia para o Rio?
RINPOCHE: Sim, só quero ver o calendário deste ano, mas isso já está acertado.
O GLOBO:O senhor aparece relacionado às celebridades de Hollywood, isso deve ajudar a divulgar a meditação também, não?
RINPOCHE: Sim, tem algumas pessoas, mas talvez seja o meu jeito. Sou monge mas não gosto de religião. Eu reconheço o poder da devoção como uma coisa forte, mas em quê ter devoção? Como ter devoção? Eu acredito que o mundo está caminhando, evoluindo e as estruturas estão realmente mudando, o homem tem um novo entendimento da mente. Eu acredito que as religiões vão mudar, haverá novas perspectivas, novas percepções. No futuro, todas essas deidades serão tão obsoletas quanto Zeus e Apolo

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Felicidade e Escolhas

Um dos filósofos mais influentes dos dias de hoje, Zygmunt Bauman simplifica para nós o que pode parecer um enorme labirinto. Sua investigação sobre a forma como vivemos hoje, a pressa constante e vibrante no dia-a-dia e a ansiedade da vida pós-moderna se coloca de maneira clara e objetiva nesse vídeo que você pode ver abaixo. Sua capacidade de sintetizar o complexo é tão marcante quanto o jeito lúcido com a qual expõe suas idéias.


O criador do conceito de modernidade líquida , fala da sociedade de consumo e a busca por identidade do indivíduo, chegando até ao uso que fazemos hoje da internet. Discorre sobre o Facebook e as interações humanas online, desvendando para nós porque isso é tão agradável para tanta gente nos mais diversos tipos de sociedade no mundo. Sua honestidade, sobre o que vê no mundo de hoje, é ao mesmo tempo forte e arrebatadora. Sem dúvida, uma aula sobre felicidade e escolhas. Para saber mais sobre o tema, recomenda-se a leitura do livro Modernidade Líquida.





Saiba mais em http://www.hypeness.com.br

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Presente do Trânsito de Vênus

O Planeta Vênus passará hoje (05/06/2012) em frente ao disco solar. Será visto, portanto, como um ponto negro cruzando o círculo do Sol. O fenômeno será visível na maior parte do mundo, com destaque para o Havaí. Este fenômeno se repete quatro vezes a cada 243 anos, sempre em intervalos de 8 anos. O último e primeiro do par, foi em junho de 2004..

A cada 13 translações completas de Vênus, temos 8 da Terra. O 8 e 13 são dois números consecutivos na sequência de Fibonacci e a razão 8:13 é, aproximadamente, a razão de ouro, a proporção fundamental por trás do pentagrama. O oito significa responsabilidade, e esta se iniciou, em relação as escolhas próprias, com o primeiro trânsito de Vênus em 2004.

Crescemos em um planeta onde o equilíbrio não tem sido igual, e onde a energia masculina tem um peso muito maior do que qualquer outra. Devido ao novo caminho que estamos seguindo coletivamente, a energia do oito foi necessária. O equilíbrio e a responsabilidade sendo entregues a este planeta, portanto, é a energia que irá eventualmente equilibrar este planeta, masculino e feminino.

A Metáfora da Mensagem do Trânsito de Vênus

Nesta metáfora, para que se consiga escutar a canção, é necessário que se tenha um receptor - quase como um receptor de rádio. É preciso estar atento e consciente de si mesmo para escutá-la.
No caso do Trânsito de Vênus, nada ocorreria no planeta se a humanidade não estivesse em um potencial para "escutá-lo". Pensem em uma perspectiva mais ampla: existe uma bela canção sendo cantada, mas a sintonia é pessoal.

A Canção de Vênus é uma  metáfora onde existe um desafio. A ternura da canção sendo cantada para a humanidade é muito calma. E diz silenciosamente as  palavras: Fique calmo e saiba que você é Deus.
A palavra de ordem para o momento é Realinhamento. Ativando nossa consciência e discernimento, elevando os niveis dde nossa frequência vibratória pessoal poderemos captar as energies amorosas enviadas por Vênus e pelo Sol neste momento de forma a fazer face aos desafios vindouros de modo harmonioso e confortável.

Somos Faróis e faróis não temem tempestades. Eles foram construídos para elas. Quando as nuvens começam a escurecer os Faróis se erguem e dizem,"Bem, já era tempo! Pensei que isto nunca aconteceria. O clima tem sido muito bom por muito tempo. É hora de trabalhar. Acenda as luzes e vamos a ele!"
Com a infusão de Luz que receberemos no transito de Vênus  descobriremos mais alguns lugares escuros no planeta. É isto o que acontece quando a luz é acesa. Coisas que têm sempre estado na escuridão não podem tolerar muita luz. Elas se movimentam tentando encontrar outros lugares escuros para se esconder. Mas, devido ao que está acontecendo neste planeta, há cada vez menos lugares escuros. Portanto, quando estas energias forem iluminadas, precisaremos fazer uma escolha: permanecer ou não, e neste processo elas lutarão para permanecer na escuridão. É isto que está acontecendo no planeta.

A Deusa do Amor se move entre a Terra e o Sol. Isto cria o potencial de mudar o planeta. Observem estas coisas. Observem a integridade fazer uma diferença neste planeta como nunca fez antes. Observem outros atributos de equilíbrio começarem a se mostrar também.
Sol e Vênus em Gêmeos nos convidam a abrir o coração, a nos comunicar com amor. Esta é mais uma oportunidade que o céu nos dá para deixar velhos hábitos, apegos e sentimentos para trás. É tempo de olhar para o futuro com o Coração Fortalecido!

Roteiro para trilhar O Caminho do Coração Fortalecido:

1.   Voltar-se para dentro para conhecer suas feridas
2.   Depois de identificar as feridas veja qual o poder que elas têm em sua vida, pois é mais difícil se libertar de um passado dolorosa do que liberar memórias. Faça isso com uma testemunha, de preferência um terapeuta.
3.   Identifique como você utiliza suas feridas para influenciar e até controlar as pessoas e a si mesmo.
4.   Formule um novo padrão de interação com os outros que não se apóie nas suas feridas.
5.   Identifique o bem que pode vir e que já veio das suas feridas e veja o que aprendeu com elas. Inicie uma prática espiritual onde você possa apreciar e agradecer por suas feridas.
6.   Enfrente os desafios do perdão: abandone a vítima, o controle da ferida sobre você e a necessidade de reparação ou vingança.
7.   Mantenha o espírito no Agora e convide a mudança para sua vida, mesmo que só através da sua atitude.
8.    Que memórias emocionais você precisa curar?
9.    Que relacionamentos na sua vida exigem cura?
10. Você já usou suas feridas emocionais para controlar pessoas ou situações? Descreva-as.
11. Você já permitiu ser controlado por feridas de outras pessoas? Quais são seus sentimentos sobre deixar isso acontecer novamente?
12. Quais são seus medos em relação a se tornar emocionalmente saudável?
13. Você relaciona saúde emocional com não precisar mais de um relacionamento íntimo?
14. Qual a sua compreensão do perdão?
15. Quem são as pessoas que você ainda precisa perdoar e o que o impede de desapegar-se da dor associada a elas?
16. O que você fez que precisa de perdão? Que pessoas estão trabalhando para perdoar você?
17. Qual a sua compreensão de um relacionamento íntimo e saudável?
18. Está disposto a abrir mão das suas feridas para se entregar a um relacionamento assim?

Transit of Venus Across the Disk of the Sun June 5/6, 2012 TODAY late afternoon - Animated

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Menina que Odiava Livros

Lendo, brincando e crescendo - Por Paula Furtado

A arte da contação começa na seleção das histórias. Existem aquelas específicas para determinados temas ou situações, ou seja, narrativas que permitem uma identificação imediata do leitor ou ouvinte com o enredo. 

Após a escolha, a forma como os pais e educadores contam a história é de grande importância para o sucesso do conto como processo terapêutico. Para tudo dar certo, valem as dicas:

- Não compare as crianças com os personagens ou dê sermões ao fim de cada história. A ideia é deixar o inconsciente agir e fazer as conexões necessárias sozinho. Quando o adulto pontua um aspecto e defende uma posição sobre o assunto em pauta, o trabalho simbólico fica bloqueado. Exemplo: a criança está mentindo muito e o pai conta a história “Pedro e o lobo”. A criança ouve tudo muito interessada, mas, quando termina a leitura, o adulto faz o seguinte comentário: “Viu o que acontece quando as crianças mentem?” Neste momento, todas as conexões que a criança estava realizando com o seu dia a dia terminam e ela percebe que aquela história foi só mais um sermão, só que mascarado.

- Procure, ao término de cada história, explorar com a criança as sensações que ela experimentou durante a leitura, por meio de perguntas como: O que você achou da história? / O que você mais gostou da história? /O que lhe incomodou na história? / De qual personagem você mais gostou? / Você conhece alguém que viveu uma situação parecida? / Você já se sentiu como esse personagem? / Como você imagina que o personagem se sentiu quando aconteceu aquela situação? / Você teria a mesma atitude de tal personagem? / Você gostou do final? Deixe a criança falar, sem censuras.

- Caso a criança durma no meio da história, procure, mesmo assim, contá-la até o final. Em geral, os pequenos pegam no sono no momento do conflito e, para evitar que eles tenham pesadelos e durmam com a imagem da bruxa ou do lobo, por exemplo, é necessário continuar a leitura, chegando ao final feliz, pois o inconsciente ainda está ligado mesmo quando a criança está sonolenta.

- Para contar histórias, o pai ou educador deve procurar conhecer bem a narrativa. Apropriar-se do enredo dará mais verdade ao texto. É importante contar a história com naturalidade a fim de que haja por parte da criança uma maior identificação com os personagens e os conflitos narrados, de forma que a criança possa relacioná-los com suas experiências, apontando para um caminho de soluções.

*Paula Furtada é autora do livro Terapia do Conto – Para Curar o Coração, da Editora Girassol

Animação abaixo conta a história de Nina, uma menina que não gostava de ler, mas que, ao se deparar com o rico universo da leitura, descobre uma nova realidade.

sábado, 26 de maio de 2012

Maria, Mãe da Humanidade


Na história da vida humana de Jesus, Maria tem o papel fundamental.  Seu "sim" sela a encarnação do Filho de Deus como homem e com sua aceitação ela demonstra que é possível uma pessoa fazer de sua vida uma constante escuta da vontade de Deus.

Maria: filha, mulher, mãe.  Filha de pais fiéis a Deus, recebeu deles a educação que lhe abriu o coração para conhecer o Pai do Céu e escutar-Lhe as palavras.  Mulher, engajou-se no seu tempo a prestar atenção aos anseios daqueles que a cercavam e soube fazer de seu serviço um interceder contínuo pela humanidade.  Mãe, constituiu a personalidade de seu Filho, ensinou-lhe os passos e fundamentou seu conhecimento de Deus com aquilo que lhe era revelado.  Maria humana, gente, pessoa, que com todas as limitações próprias de sua natureza pode dizer "sim" e ensinar à humanidade a também dizer "sim".

Por isso reconhecê-la como Mãe  da Humanidade é dar um lugar de destaque à humanidade daquela mulher que enveredou por um caminho desconhecido pelo puro amor a Deus.   Mulher que sentiu a dor do parto, a dor da partida, a dor da perda.  Mulher que trabalhou, que cuidou de sua família, que acompanhou a lida do outro como aquela que oferece o descanso e o alimento.  Mulher que recebeu de seu filho o beijo carinhoso, o reconhecimento do colo, o sorriso cúmplice daqueles que partilham o mesmo entendimento do mundo.  Por sua "humanidade humana" Maria se torna rainha: por ser o exemplo capaz de mostrar a cada um de nós que é possível chegar ao reino que Deus nos prepara.  Basta dizer que sim, que em minha vida seja feita a vontade do Senhor.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

'Meditação do Terceiro Olho' ~ Tony Samara

A meditação é muito fácil de fazer. Encontre um espaço confortável, faça algumas respirações profundas, para que se possa libertar de todos os pensamentos, sentimentos e situações que tem na sua mente, na sua consciência. E simplesmente retorne a um espaço de maior paz, um espaço de maior liberdade. À medida que inspira e expira e sente este espaço, concentre-se no terceiro olho -- o espaço entre as sobrancelhas, o espaço que está conectado com o sentido que está para além da visão. É muito mais o sentido subtil da intuição, de ver dentro de dimensões que não são muito claras, este sentido requer que simplesmente relaxe e se abra a essas dimensões para que lhe possam falar de uma forma muito mais clara.
Ao concentrar-se no terceiro olho, inspire através desta área, inspire profundamente, e ao fazê-lo, visualize que a respiração está a activar este espaço. Ao expirar, largue todos os pensamentos, todos os sentimentos que surgirem, e esteja simplesmente presente para este espaço, o terceiro olho, para agora começar a utilizar este espaço para ver claramente que o seu ser pode agora expandir-se.

A partir deste espaço, sinta a liberdade que vai para além do físico, para além do mental, para além do emocional -- sinta a liberdade, como um pássaro, como uma águia -- enquanto voa até às dimensões invisíveis, que fazem com que voçê seja, como ser humano, um ser muito especial. Esses aspectos de si mesmo que são muito profundos e signíficativos. À medida que vai mais fundo dentro deste espaço, comece a expandir e deixe todo o seu Ser se conectar com todos os aspectos que estão à sua volta.

Toque nos aspectos mais bonitos do universo - as estrelas, a lua, as galáxias. Toque o espaço onde tudo é tão livre e tão aberto e permita que este sentimento, este poder com que se está agora a conectar, seja transmitido ao seu próprio corpo, à sua mente, às suas emoções. Sinta o poder do universo, as estrelas lindas, o espaço magnífico que está em todo o lado e que vai para além dos pensamentos da nossa mente, que vai para além das nossas emoções menores. Sinta o quão magnífico o divino é.

À medida que se torna consciente, através da sua expansão, deste espaço lindo que está em todo o lado, que lhe transmite um sentimento de poder e força, permita que essa transmissão se espalhe por todas as partes do seu corpo através da sua intenção. Sinta a respiração transportar esse espaço lindo, aberto e cheio de poder que está agora a experienciar. Sinta o coração libertar todas as tensões, todos os obstáculos, todas as dores, todos os sofrimentos, todas as dúvidas e todos os sentimentos de baixa auto-estima. Sinta que desaparecem à medida que voçê se conecta com a expansão no universo. Estando conectado com as lindas estrelas cheias de luz magnífica, que tocam o seu coração, a realidade fica presente e os pequenos jogos e pequenos dramas da sua mente, podem ser agora totalmente libertados. Sinta este espaço a tocar todos os orgãos dentro do seu corpo, para que até a estrutura desses orgãos possa agora receber uma nova explosão de energia -- o fígado, os rins, as glândulas, o sistema sanguíneo e todos os aspectos do seu corpo. Sinta como é tão fácil através da expiração, deixar ir, libertar, todas as contrações e espaços de medo limitativos, e como é tão fácil abrir-se à beleza do espaço divino que está a ver através do seu terceiro olho.



Talvez seja mais confortável gravar a sequencia da meditação e ouvi-la vendo o vídeo acima (este sem som).
Encorajo-o a praticar esta meditação várias vezes nas próximas semanas e a escrever-me, no caso de lhe surgirem mais questões. Obrigado.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A Arte de Ouvir e Falar Para Ser Ouvido!


As Mil e uma Noites ~ Rubem Alves

Estou me entregando ao prazer ocioso de reler As Mil e uma Noites.
O encantamento começa com o título que, nas palavras de Jorge Luis Borges, é um dos mais belos do mundo.
Segundo ele, a sua beleza particular se deve ao fato de que a palavra mil é,para nós, quase sinônimo de infinito.
Falar em mil noites é falar em infinitas noites.
E dizer mil e uma noites é acrescentar uma além do infinito.
As Mil e uma Noites são a história de um amor - um amor que não acaba nunca.
Não existe ali lugar para os versos imortais do Vinícius (tão belos que o próprio diabo citou em sua polêmica com o Criador): Que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure...
Estas são as palavras de alguém que já sente o sopro do vento que dentro em pouco apagará a vela: declaração de amor que anuncia uma despedida.
Mas é isto que quem ama não aceita.
Mesmo aqueles em que a chama se apagou sonham em ouvir de alguém, um dia, as palavras que Heine escreveu para uma mulher: "Eu te amarei eternamente e ainda depois".
É preciso que a chama não se apague nunca, mesmo que a vela vá se consumindo. A arte de amar é a arte de não deixar que a chama se apague.
Não se deve deixar a luz dormir.
É preciso se apressar em acordá-la (Bachelard).
E, coisa curiosa: a mesma chama que o vento impetuoso apaga, volta a se acender pela carícia do sopro suave...
As Mil e Uma Noites são uma história de luta entre o vento impetuoso e o sopro suave.
Ela revela o segredo do amor que não se apaga nunca.
Um sultão, descobrindo-se traído pela esposa a quem amava perdidamente,toma uma decisão cruel. Não podia viver sem o amor de uma mulher.
Mas também não podia suportar a possibilidade da traição.
Resolve, então, que iria se casar com as moças mais belas de seus domínios, mas depois da primeira noite de amor,mandaria decapitá-las, assim o amor se renovaria a cada dia em todo o seu vigor de fogo impetuoso, sem nenhum sopro de infidelidade que pudesse apagá-lo.
Espalharam-se logo, pelo reino, as notícias das coisas terríveis que aconteciam no palácio real: as jovens desapareciam, logo depois da noite nupcial.
Scherazade, filha do vizir, procura então o seu pai e lhe anuncia sua espantosa decisão: desejava tornar-se esposa do sultão.
O pai, desesperado, lhe revela o triste destino que a aguardava, pois ele mesmo era quem cuidava das execuções.
Mas a jovem se mantém irredutível. A forma como o texto descreve a jovem Scherazade é reveladora.
Quase nada diz sobre seu virtuosismo erótico. Mas conta que ela lera livros de toda espécie, que havia memorizado grande quantidade de poemas e narrativas, que decorara os provérbios populares e as sentenças de filósofos.
E Scherazade se casa com o sultão.
Realizados os atos de amor físico que acontecem nas noites nupciais, quando o fogo do amor carnal já se esgotara no corpo do esposo, quando só restava esperar o raiar do dia para que a jovem fosse sacrificada, ela começa a falar.
Conta histórias.
Suas palavras penetram os ouvidos do sultão. Suavemente, como música.
O ouvido é feminino, vazio que espera e acolhe, que se permite ser penetrado. A fala é masculina, algo que cresce e penetra nos vazios da alma.
Segundo antiquíssima tradição, foi assim que o Deus humano foi concebido:
pelo sopro poético do Verbo divino, penetrando nos ouvidos encantados e acolhedores de uma virgem.
O corpo é um lugar maravilhoso de delícias, mas Scherazade sabia que todo amor construído sobre as delícias do corpo tem vida breve. A chama se apaga tão logo o corpo se tenha esvaziado de seu fogo.
O seu triste destino é ser decapitado pela madrugada: não é eterno, posto que é chama. E então, quando as chamas dos corpos já se haviam apagado, Scherazade sopra suavemente. Fala. Erotiza os vazios adormecidos do sultão.
Acorda o mundo mágico da fantasia. Cada história contém uma outra, dentro de si, infinitamente.
Não há um orgasmo que ponha fim ao desejo. Ela lhe parece bela, como nenhuma outra. Porque uma pessoa é bela, não pela beleza dela, mas pela beleza nossa que se reflete nela...
Conta a história que o sultão, encantado pelas histórias de Scherazade, foi adiando a execução, por mil e uma noites, eternamente e um dia mais.
Não se trata de uma história de amor, entre outras, é ao contrário, a história do nascimento e da vida do amor.
O amor vive neste sutil fio de conversação, balançando-se entre a boca e o ouvido.
É preciso saber ouvir. Acolher.
Deixar que o outro entre dentro da gente.
Ouvir em silêncio, sem expulsá-lo por meio de argumentos e contra-razões.
Nada mais fatal contra o amor que a resposta rápida.
Alfange que decapita. Há pessoas muito velhas cujos ouvidos ainda são virginais:
nunca foram penetrados.
E é preciso saber falar.
Há certas falas que são um estupro.
Somente sabem falar os que sabem que As Mil e uma Noites são a história de cada um. Em cada um mora um sultão, em cada um mora uma Sherazade.
Aqueles que se dedicam à sutil e deliciosa arte de fazer amor com a boca e com o ouvido (esses órgãos sexuais que nunca vi mencionados nos tratados de educação sexual...) podem ter a esperança de que as madrugadas não terminarão com o vento que apaga a vela, mas com o sopro que a faz reacender-se.


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